Apple corre risco de perder usuários de iPhone para Galaxy e Pixel dobráveis

A Apple está em um momento decisivo no mercado de smartphones.

Faltando poucos dias para o lançamento oficial da linha iPhone 17, uma nova pesquisa do site SellCell – conhecido nos EUA por comparar preços de dispositivos usados – trouxe números que misturam otimismo e alerta para a empresa. De um lado, cresce o interesse em atualizar para o novo iPhone; de outro, uma fatia considerável de usuários cogita migrar para modelos dobráveis da Samsung e do Google.

O levantamento ouviu 2.000 donos de iPhone, e 68,3% deles afirmaram que pretendem trocar pelo iPhone 17 já no período de lançamento. Trata-se de um salto expressivo em relação ao ano passado, quando 61,9% diziam querer o iPhone 16. Em termos percentuais, é um crescimento de 10,3%, o que indica que a expectativa em torno da nova geração é alta.

Entre os que pretendem atualizar, 38,1% estão de olho no iPhone 17 Pro ou Pro Max, os modelos mais potentes. Já 16,7% miram a versão padrão, enquanto 13,5% se interessam pelo ultrafino iPhone 17 Air. Esse cenário mostra como a Apple aposta em variedade para atender tanto quem busca desempenho de ponta quanto quem valoriza design e leveza.

Mas nem tudo são flores. Segundo o estudo, 27,1% dos entrevistados acreditam que a Apple “perdeu sua vantagem competitiva”. Esse sentimento ecoa críticas recorrentes de que a marca deixou de surpreender como antes, enquanto concorrentes aceleram em áreas como dispositivos dobráveis e inteligência artificial. Em contrapartida, 72,9% afirmam estar mais satisfeitos com seus iPhones hoje do que em anos anteriores, um reflexo da forte fidelidade à marca.

O maior obstáculo para a troca, como era de se esperar, é o preço. Para 68,9% dos donos de iPhone, o alto valor do iPhone 17 pode ser impeditivo. Outros 16% consideram a falta de inovação o fator que os desanima, e 5% admitem que pensam seriamente em mudar para o Android. Ou seja, há uma base sólida, mas não inabalável.

Por outro lado, o que poderia convencer os indecisos? Para 36% dos entrevistados, uma repaginada no visual – incluindo novas cores como lavanda ou laranja, design ultrafino e mudanças no Dynamic Island – seria atrativa. Mais de 53% priorizam bateria maior, especialmente se o iPhone 17 Pro Max realmente vier com a maior capacidade já vista na linha. Outros 28% dão peso a melhorias na câmera, enquanto apenas 7% se interessam por novos recursos de IA no iOS.

O dado mais preocupante para a Apple, no entanto, é a possibilidade de fuga para a concorrência. Mais de 30% dos atuais usuários de iPhone disseram que poderiam trocar por um dobrável da Samsung ou do Google se a Apple demorar a lançar o seu próprio. Entre eles, 20,1% citam os modelos Galaxy Z Fold/Flip e 10,2% mencionam o Pixel Fold. Apenas 3,3% afirmaram que esperariam pacientemente pelo dobrável da Apple. Esse risco pode custar bilhões em receita e representa um alerta vermelho para a estratégia da empresa.

O estudo ainda mostrou como os usuários percebem o Android. Quase metade (49%) não vê nenhum atrativo na plataforma, mas 51% reconhecem pontos fortes: 13% destacam recursos de IA, 11% valorizam preços mais acessíveis, 11% elogiam as câmeras e 9% consideram os dobráveis um diferencial. São argumentos sólidos que, somados à pressão por preços, tornam a concorrência cada vez mais sedutora.

Outro ponto sensível envolve possíveis aumentos por tarifas. Caso os preços subam, 34% dos usuários dizem que comprariam mesmo assim, 37% afirmam que não comprariam e 29% preferem esperar para ver quanto o aparelho encareceria. Isso reforça a divisão entre consumidores fiéis e aqueles mais racionais no gasto.

No geral, a Apple deve registrar boas vendas iniciais com o iPhone 17, impulsionada pelo crescimento no interesse de upgrade. Mas os sinais de alerta são claros: inovação em ritmo lento, preços altos e ausência de um modelo dobrável podem abalar o domínio da marca. Os próximos doze meses serão cruciais para a empresa definir se continuará liderando ou se abrirá espaço para Samsung e Google ganharem terreno.

E para os entusiastas da história dos celulares, uma novidade extra: em breve chega às lojas o livro “Iconic Phones: Revolution at Your Fingertips”, um coffee table book que celebra os modelos mais marcantes do século XXI. Mais uma prova de como o futuro dos smartphones, e em especial as decisões da Apple, continuam moldando a cultura tecnológica.