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STALKER 2 1.7: quando a ZONA finalmente começa a ficar viva

por ytools
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STALKER 2 teve um lançamento bem turbulento: piada em fórum, meme de DOA (dead on arrival) e muita gente jurando que nunca mais voltaria pra ZONA. O estúdio ucraniano GSC Game World, porém, não comprou esse discurso. Com a atualização 1.7 eles basicamente dizem: a visão original ainda está viva.
STALKER 2 1.7: quando a ZONA finalmente começa a ficar viva
O patch mexe em quase tudo que torna STALKER… STALKER: IA mais esperta, ZONA mais dinâmica, novas regras de salvamento, mudanças de stamina, chuva, anomalias, bugfix atrás de bugfix. O destaque, claro, são as aguardadas guerras de território entre facções, finalmente rodando em cima de um A-Life que começa a parecer o sonho vendido nos trailers.

Guerras de território: facções saem do piloto automático

As guerras de território são o grande ponto de virada. Em vez de facções plantadas em meia dúzia de bases fixas, agora elas avançam, recuam, tentam dominar pontos de interesse e podem perder áreas que pareciam garantidas. Postos de controle, cruzamentos importantes, ruínas cheias de loot – tudo vira peça num tabuleiro vivo, onde bandidos, militares, mercenários e stalkers de raiz disputam cada metro quadrado. Você pode chegar numa área que ontem estava tranquila e hoje virou zona de guerra, ou encontrar só o rastro do que rolou ali: cascas de munição, corpos largados, um estoquezinho de armas que sobrou do confronto.

A GSC foi cuidadosa para não ferrar a campanha: hubs principais continuam estáveis, então você não perde acesso a missões ou vendedores porque uma facção decidiu tomar um bar. Mas quase todo o resto da ZONA entra nessa dança de empurra. Mutantes também defendem seus ninhos com mais vontade, o que cria encontros estranhos em que humanos e criaturas se engalfinham enquanto você tenta passar ileso. É aquele caos emergente que muita gente esperava logo no lançamento e só agora começa a tomar forma.

A-Life e IA: stealth menos loteria, combate mais inteligente

Outra mudança pesada está na IA. O stealth, que antes parecia loteria, finalmente tem regras mais claras. Se você se esconde direito em capim alto ou entre arbustos, os inimigos não viram snipers com visão de raio X. Eles demoram mais pra perceber que tem algo errado e, mesmo desconfiados, não atiram nas moitas com a mesma precisão absurda de antes. Ainda é perigoso vacilar perto demais, mas a sensação é de que seu posicionamento e suas escolhas fazem diferença, em vez de tudo depender de uma rolagem de dado invisível.

Nos combates abertos a diferença também aparece. Humanos e criaturas agora sabem bater em retirada, buscar cobertura melhor e manter uma distância que favorece o tipo de arma que estão usando. Algumas lutas viram um jogo de gato e rato, com flanqueios, recuos e empurrões constantes. Não é perfeito, ainda rolam momentos de burrice robótica, mas para quem largou o jogo achando os inimigos cabeçudos e suicidas, o salto de qualidade é bem perceptível.

Master e Expedition: a ZONA para quem gosta de sofrer

Pra quem acha que STALKER tem que machucar, a dupla Master + Expedition veio justamente pra isso. A dificuldade Master só pode ser escolhida ao iniciar uma campanha nova e deixa claro o recado: aqui não tem passeio turístico. O dano é mais alto, recurso parece sempre faltar, cada erro bobo pode virar tela de carregamento. É o tipo de modo que esfrega na sua cara todos os vícios que você pegou jogando no normal.

Já o modo Expedition mexe direto no vício de dar quick save a cada esquina. Autosave só acontece ao sair de acampamentos e em pontos-chave de missões; fora isso, nada de salvar só por segurança. Você só pode gravar pra fechar o jogo. Ou seja, decidiu cortar caminho por um campo de anomalias ou subir o morro lotado de bandidos? Aguenta o tranco, porque não tem volta fácil. Combinado com a dificuldade Master, STALKER 2 passa a flertar forte com survival horror, só que sem abrir mão da pegada de shooter.

Stamina, inventário e controle: fim das punições gratuitas

Em paralelo, o patch ataca velhas irritações do público. A stamina e o sistema de corrida foram retrabalhados pra parar de parecer castigo gratuito. O peso da mochila, o tipo de armadura e o ritmo da sua exploração interferem no fôlego, mas de um jeito mais coerente: o personagem ainda cansa, só que você sente que faz sentido, não que o jogo está te puxando pela coleira o tempo todo. A tela de inventário também ficou mais legível, com números e estatísticas que ajudam a decidir se vale mesmo carregar aquele colete pesado ou aquela arma só por desencargo.

Os controles no gamepad receberam carinho extra, com ajustes em sensibilidade, mira e navegação por menus – importante agora que a versão de PlayStation 5 está batendo à porta e a base de jogadores de console tende a crescer. Algumas dessas melhorias também acabam beneficiando quem joga no PC com controle, dando mais consistência à experiência geral.

Clima, atmosfera e uma tonelada de bugfixes

Por fim, tem o lado menos chamativo, mas essencial: clima e correções. Um novo tipo de chuva leve muda o humor da ZONA de forma sutil, deixando certas caminhadas mais melancólicas do que desesperadoras. É aquele tipo de detalhe que você mal percebe em palavras, mas sente enquanto cruza vilas abandonadas e fábricas enferrujadas com o rádio chiando ao fundo. Para uma série que sempre viveu de atmosfera, esses ajustes contam tanto quanto uma arma nova.

A lista de correções, por sua vez, é longa: missões travadas, scripts que não disparavam, eventos que quebravam a progressão, crashes aleatórios – tudo isso vem sendo aparado, construção por construção. É justamente esse tipo de problema que alimentou a fama de DOA lá no começo; vê-lo reduzido a cada patch mostra que a GSC está disposta a brigar pela imagem do jogo.

Um novo momento para entrar na ZONA

O resultado é que STALKER 2, que muita gente marcou como caso perdido, começa a ganhar cara de jogo em evolução, não de relíquia problemática. A atualização 1.7 vem acompanhada de desconto de cerca de 30% no Steam, o que torna esse um dos melhores momentos para testar a ZONA ou dar uma segunda chance se você saiu frustrado no lançamento. Com a chegada iminente da versão de PS5, uma nova leva de jogadores já vai encontrar um cenário bem diferente daquele que gerou as piadas de DOA.

Não é a redenção final, mas é um passo grande rumo àquele STALKER dinâmico, cruel e imprevisível que a série sempre prometeu ser. E, pelo menos agora, dá pra dizer que a ZONA parece mais viva do que muita gente imaginava quando fechou a porta na cara do jogo lá no dia do lançamento.

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