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Russell Crowe diz que Highlander enfim terá um Ramírez verdadeiramente espanhol

por ytools
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Russell Crowe finalmente vai testar a ideia que ele defendeu lá atrás e ouviu um sonoro não. No reboot de Highlander, o vencedor do Oscar promete interpretar Juan Sánchez-Villalobos Ramírez como um espanhol de verdade – inclusive no sotaque. É exatamente o oposto do que aconteceu em Gladiador, quando ele sugeriu dar um tom ibérico a Maximus e recebeu de Ridley Scott um veto imediato.
Russell Crowe diz que Highlander enfim terá um Ramírez verdadeiramente espanhol
Agora, com Chad Stahelski na direção, a resposta foi outra: “se trouxer espanhol, eu compro”.

O charme do absurdo: Connery e o sotaque que nunca tirava férias

No clássico de 1986, Sean Connery fez história como Ramírez – um “espanhol” de passado egípcio que soava… absolutamente escocês. E funcionava. Connery levava o mesmo timbre inconfundível para onde fosse: o comandante russo de A Caçada ao Outubro Vermelho, o tira irlandês de Os Intocáveis, o líder rebelde em O Vento e o Leão. Era uma contradição divertida, que virou parte do DNA de Highlander e ainda rende sorrisos entre fãs.

O não de Ridley e o “RSC depois de duas pints”

Durante os ensaios de Gladiador, Crowe argumentou: se Maximus é da Hispânia, por que não um traço de Banderas, com dicção mais polida? Ridley Scott cortou na raiz. O acordo acabou sendo um registro neutro, meio teatral, que o ator descreve brincando como “Royal Shakespeare Company duas pints depois do almoço”. Heróico o suficiente, sem tropeçar no ouvido do grande público.

Stahelski abre a porta: autenticidade sem perder a pose

Para Highlander, a conversa foi direta: traga o espanhol, usamos o espanhol. Não é um capricho fonético; é reposicionar Ramírez com uma identidade cultural coerente, sem perder a ironia do mentor espadachim. Se Crowe acertar o compasso, o personagem pode ganhar musculatura dramática e, ao mesmo tempo, preservar a aura maior-que-a-vida que Connery carregava com um levantar de sobrancelha.

Calendário travado e elenco parrudo

A filmagem, porém, ficou para 2026: Henry Cavill se recupera de uma lesão de treinamento. Quando o set abrir, o time será de respeito: além de Crowe e Cavill (reunião curiosa para quem lembra de O Homem de Aço), entram Karen Gillan, Dave Bautista, Marisa Abela, Djimon Hounsou, Max Zhang e o escocês e superstar da WWE, Drew McIntyre. É uma escalação que promete presença física e duelos coreografados no fio da lâmina – onde regra, honra e técnica decidem destinos.

Fãs divididos: saudade de Connery, medo de IA e piadas com sotaques

Nas conversas de fandom, tudo aparece: há quem defenda manter o “delicioso erro” de Connery, quem comemore a correção histórica, quem lembre um sotaque russo meio capenga de Crowe em filme recente e já preveja risadas. Também surgem pedidos de ressuscitar Connery por IA – ideia sedutora para a nostalgia, problemática no campo ético. E, claro, paira a exigência pragmática: um Ramírez convincente precisa soar e parecer letal, o tipo de mestre que de fato poderia “tirar sua cabeça”.

De culto a blockbuster? Há caminho

Highlander sempre foi mais culto do que fenômeno de bilheteria, o que explica sequências, séries e um carinho persistente em home video. Isso pode virar vantagem: o arco dos imortais, o código de duelos e a sentença “só pode haver um” combinam com a lógica de universos expandidos de hoje. Acertando o tom – entre ópera pulp e coerência interna – o reboot pode atravessar a ponte do nicho para o grande público. Há até quem pergunte como essa marca nunca ganhou um jogo single-player à altura do seu imaginário.

No fim das contas, permitir que Crowe dê a Ramírez um espanhol de verdade é um gesto simbólico: prioriza o personagem sobre o hábito. Se Stahelski equilibrar autenticidade com espetáculo, e se Cavill voltar voando, há chance de ver uma lenda renascida com a pompa certa. Às vezes, a reinvenção começa pelo som. Primeiro o sotaque; depois, as espadas.

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