
John Boyega: “Sou um cara do sabre de luz”, mas “Star Wars” podia aprender algo com “Star Trek”
John Boyega nunca escondeu sua paixão por Star Wars. O ator que deu vida a Finn na trilogia de sequências falou no evento Dragon Con sobre o quanto é fiel à saga criada por George Lucas – e também sobre o que acha que ela poderia aprender com seu eterno rival, Star Trek. Embora admita que nunca foi fã da tripulação da Enterprise, Boyega reconheceu que há algo de valioso na abordagem mais reflexiva de “Jornada nas Estrelas”.
“Se você já me viu nos estandes, sabe que eu não curto Star Trek. Eles falam demais”, brincou o ator. “Em Star Wars, a gente conversa enquanto a guerra acontece. Mas, sendo sincero, acho que há algo que Star Wars poderia aprender: em Star Trek, os personagens têm tempo pra conversar, pra refletir. Isso faz diferença.”
A declaração dividiu opiniões, mas muitos concordaram. A essência de Star Wars sempre foi o mito, o conflito, a emoção – uma aventura movida por ação e símbolos. Já Star Trek é filosofia, ética, política, ciência. Boyega, talvez sem perceber, tocou num ponto fundamental: enquanto um universo resolve tudo com sabres e explosões, o outro busca respostas com diálogo e empatia. No fim das contas, talvez a verdadeira “Força” esteja em parar e pensar.
O ator também voltou a comentar sobre o rumo da trilogia da Disney. Em convenções como a Florida Supercon e a Fan Expo Boston, Boyega contou que, se tivesse tido mais controle criativo, as histórias teriam sido bem diferentes. Ele lamentou o destino de Han Solo e Luke Skywalker, que morreram nos dois primeiros filmes, e disse que Finn merecia uma trajetória mais forte e emocional – algo que explorasse melhor seu passado como stormtrooper arrependido.
Segundo Boyega, havia indícios no roteiro de O Despertar da Força de que Finn era sensível à Força, e ele acreditava que essa linha narrativa seria desenvolvida mais à frente. Sua visão era que o vínculo entre Finn e Rey poderia se tornar um embate de ideias – quase como o de Obi-Wan e Darth Vader. “Tinha espaço pra um conflito mais profundo, algo mais trágico, mais humano”, afirmou.
Os fãs, em boa parte, concordam. Muitos ainda se sentem frustrados com o rumo da história e acreditam que o personagem de Boyega foi desperdiçado. Um stormtrooper que quebra o condicionamento mental e busca redenção poderia ter sido uma das narrativas mais poderosas da saga. Mas, nas mãos da Disney, acabou virando alívio cômico. Apesar de tudo, Boyega continua querido entre o público – autêntico, engraçado e, acima de tudo, apaixonado por aquele universo que o transformou em ícone pop.
Enquanto Daisy Ridley se prepara para voltar ao papel de Rey em um novo filme, o retorno de Boyega ainda é incerto. Mas os fãs não perdem a esperança de vê-lo empunhar o sabre novamente – desta vez, com o protagonismo e a profundidade que sempre mereceu.