Os celulares dobráveis deixaram de ser uma curiosidade tecnológica para se tornarem o novo campo de batalha da indústria. E quem está abalando o reinado da Samsung nos Estados Unidos é a Motorola, que voltou com força total antes mesmo da grande revolução da Apple, prevista para 2026. Embora o segmento ainda seja de nicho em várias partes do mundo, o mercado americano cresce em ritmo acelerado, impulsionado principalmente por Samsung e Motorola – e em breve, pela gigante de Cupertino.
Motorola encosta na Samsung em uma disputa acirrada
Segundo dados recentes da Counterpoint Research, a Motorola está colhendo os frutos de uma linha impressionante de dobráveis em 2025: o Razr, o Razr Plus e o poderoso Razr Ultra. 
Mesmo sem divulgar números exatos, o relatório indica que a marca reduziu drasticamente a distância para a Samsung, que ainda lidera o mercado. Em 2024, os coreanos vendiam quase o dobro de dobráveis que a concorrente; agora, a diferença é de apenas alguns pontos percentuais – um avanço notável para uma empresa que há poucos anos era vista como coadjuvante.
O segredo do sucesso está em resgatar o espírito do clássico Razr dos anos 2000, mas com um toque moderno: telas mais resistentes, design elegante e preços mais acessíveis. Essa combinação transformou o dobrável em um produto desejado e, ao mesmo tempo, possível para o público comum. O que antes era um luxo futurista está virando tendência de massa.
Google perde o ritmo enquanto a Apple prepara o contra-ataque
Enquanto Motorola e Samsung duelam pelo topo, o Google parece ter ficado para trás. O Pixel 10 Pro Fold chegou tarde e caro, e o próximo Pixel 11 Pro Fold não deve fazer muito mais barulho. A atenção do mercado agora está voltada para a Apple, que planeja lançar seu primeiro iPhone dobrável em 2026 – um produto que pode redefinir a categoria.
Especialistas acreditam que a Apple não assumirá a liderança de imediato, mas sua entrada mudará o jogo. Assim como o iPhone original redefiniu os smartphones em 2007, o iPhone Fold tem potencial para popularizar de vez o conceito de telas dobráveis. De acordo com a Counterpoint, o lançamento da Apple deve redistribuir as fatias do mercado entre Samsung, Motorola e Google, em vez de eliminar algum deles. Se tudo correr conforme o esperado, veremos uma disputa de gigantes com três marcas fortes em 2026.
Porém, como sempre acontece com a Apple, a pressa não faz parte da estratégia. A empresa prefere acertar nos mínimos detalhes antes de colocar algo no mercado. Rumores apontam que o iPhone Fold pode ser lançado em quantidades limitadas ou até mesmo adiado. Se isso acontecer, a projeção de crescimento de 51% do mercado americano de dobráveis para 2026 pode ser otimista demais. Ainda assim, 2025 já promete um salto de 68% em relação ao ano anterior – e tudo isso sem a ajuda da Apple.
Dobráveis conquistam o público e o bolso
Os novos Galaxy Z Fold 7 e Z Flip 7 da Samsung estão vendendo bem, enquanto a marca prepara o lançamento do acessível Galaxy Z Flip 7 FE. A Motorola segue o mesmo caminho com seus novos Razr, equilibrando estilo, inovação e custo-benefício. Os dobráveis estão mais leves, resistentes e confiáveis, distantes da imagem frágil dos primeiros modelos. Agora são produtos maduros, com apelo de design e funcionalidade real.
O próximo passo? A Samsung já testa um modelo tri-dobrável, que pode inaugurar uma nova geração de displays flexíveis. E embora a Apple ainda não tenha mostrado seu trunfo, a base criada por Samsung e Motorola garante que o formato veio para ficar. O segmento deixou de ser um experimento para se tornar um dos pilares do mercado premium de smartphones.
De experimento a padrão da indústria
Em apenas seis anos, os dobráveis passaram de uma ideia ousada a uma realidade consolidada. A Motorola, que muitos davam como ultrapassada, voltou ao centro das atenções com criatividade e coragem. A Samsung, por sua vez, continua sendo referência, mas já sente a respiração da concorrência. E quando a Apple finalmente entrar na briga, a disputa promete ser histórica.
Independentemente do cronograma da Apple, uma coisa é certa: os dobráveis vieram para ficar. Os consumidores têm mais opções, os preços estão se tornando mais acessíveis e a tecnologia amadureceu. A era dos dobráveis não é mais o futuro – é o presente, e está se desdobrando diante de nossos olhos.