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Declarações polêmicas de Yoshiki Okamoto sobre Palworld geram onda de críticas em meio ao processo da Nintendo

por ytools
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O ex-designer da Capcom Yoshiki Okamoto está no olho do furacão depois de dar declarações polêmicas sobre o processo da Nintendo contra Palworld, jogo da desenvolvedora Pocketpair. Okamoto, que ajudou a criar clássicos como Street Fighter II e o primeiro Resident Evil, além de ter inspirado o conceito de Red Dead Revolver, hoje preside a Fundação de Cultura de Jogos do Japão.
Declarações polêmicas de Yoshiki Okamoto sobre Palworld geram onda de críticas em meio ao processo da Nintendo
Mas em um vídeo publicado no YouTube em 27 de setembro, ele afirmou que Palworld “passou de um limite que não deveria ser ultrapassado”.

Segundo Okamoto, enquanto o processo da Nintendo estiver em andamento, apoiar Palworld – seja jogando ou comprando – é inaceitável. Em suas palavras: “ao jogar, você está apoiando”. Ainda mais controverso foi quando ele usou uma expressão censurada para se referir à Pocketpair, que muitos entenderam como “força antissocial” – um termo pesado no contexto japonês, muitas vezes associado à máfia yakuza. Essa fala foi vista por muitos como uma acusação difamatória e exagerada contra o estúdio.

A reação foi imediata. Muitos fãs chamaram Okamoto de hipócrita e lembraram que várias de suas criações também se inspiraram em jogos anteriores. Um jogador veterano até declarou que, após quase 20 anos, abandonaria Monster Strike, criado por Okamoto, em protesto. Outros usuários reforçaram que “ser processado não é o mesmo que ser culpado” e criticaram o fato de ele se posicionar sem nunca ter jogado Palworld.

A disputa judicial entre Nintendo e Pocketpair começou em setembro de 2024. O caso não envolve direitos autorais, mas sim três patentes: duas ligadas à captura e liberação de monstros e uma à mecânica de montar criaturas. A Nintendo chegou até a reescrever patentes durante o processo, o que levantou suspeitas de que a empresa estaria usando a lei de patentes como arma competitiva.

Palworld ficou conhecido como “Pokémon com armas”, o que alimentou piadas, mas também críticas. Contudo, fãs lembram que a ideia de recrutar monstros existe desde antes da estreia de Pokémon. Jogos como Dragon Quest V (1992) e Megami Tensei (1987) já tinham mecânicas de captura e uso de criaturas em batalha. Nesse sentido, Palworld estaria apenas seguindo uma tradição de gênero, e não necessariamente copiando a fórmula da Nintendo.

O problema para Okamoto é que seu histórico também traz exemplos de “inspiração pesada”. Street Fighter II bebeu de Yie Ar Kung-Fu, enquanto Monster Strike tem semelhanças óbvias com Puzzle & Dragons. Para críticos, não é coerente ele criticar Palworld como se fosse um caso sem precedentes. “Então só a Nintendo pode copiar e todo mundo tem que ficar quieto?”, ironizou um comentário.

Além disso, há quem veja a ação da Nintendo como um tiro no pé. O processo acabou dando ainda mais visibilidade a Palworld e transformando o jogo em símbolo de resistência contra práticas corporativas agressivas. Muitos jogadores afirmam estar comprando Palworld justamente para protestar contra a postura da Nintendo. Para eles, a empresa deveria estar focada em atender os pedidos dos fãs – como criar um Pokémon de mundo aberto e mais inovador – ao invés de gastar energia em tribunais.

Por outro lado, alguns concordam parcialmente com Okamoto: acreditam que o estilo visual de Palworld realmente se apoia demais na estética de Pokémon, e lembram que a Pocketpair tem um histórico de lançamentos de baixo nível. Para esses críticos, a questão é menos sobre patentes e mais sobre autenticidade artística.

O debate jurídico é central. Diferente do direito autoral, que protege expressão criativa, a patente protege mecânicas funcionais. Para críticos, permitir que empresas patenteiem elementos básicos de gameplay é como patentear um passo de dança: algo absurdo e limitante. Já defensores da Nintendo alegam que a companhia está apenas defendendo seus direitos legais, e que caberá ao tribunal decidir.

O caso também foi envolto em rumores, como a acusação de que Palworld teria usado inteligência artificial generativa para criar personagens. Pocketpair já desmentiu, mas o boato continua circulando, alimentado por declarações como as de Okamoto.

Mesmo com tudo isso, a Pocketpair não recuou. Poucos dias depois de a Nintendo anunciar Pokémon Pokopia, o estúdio revelou Palworld: Palfarm, um spin-off focado em fazendinha. Além disso, confirmou o lançamento oficial da versão 1.0 de Palworld para 2026. A mensagem foi clara: a empresa não pretende parar.

No fim das contas, o desfecho do processo pode mudar o futuro da indústria. Se a Nintendo vencer, abre-se um precedente perigoso para o bloqueio de mecânicas. Se perder, outros estúdios terão mais liberdade para inovar sem medo de processos. Enquanto isso, a imagem de Okamoto sofre: um criador que sempre navegou entre inspiração e reinvenção agora é acusado de incoerência ao atacar uma prática comum na história dos games.

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2 comentários

EchoChamber October 19, 2025 - 5:27 pm

Comparar Pocketpair com yakuza foi baixaria total, quase difamação

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Conor October 20, 2025 - 8:27 pm

Patentear mecânica é tipo patentear passo de dança, não faz sentido

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