Na Gamescom 2025, entre tantos gigantes esperados como Ninja Gaiden 4 e Phantom Blade Zero, quem acabou roubando a cena foi FLASK, um roguelike autobattler curioso e cheio de estilo. Desenvolvido pela Chop Chop Games e publicado pela Ghost Ship Games, o jogo chamou a atenção não só pelo visual desenhado à mão, que lembra os quadrinhos mais marcantes, mas também pela sua proposta excêntrica: você controla um alquimista endividado até o pescoço que precisa explorar terras medievais sombrias, coletar frascos mágicos e criar um exército de homúnculos para derrotar hordas de goblins e juntar ouro suficiente para pagar as dívidas. É uma mistura de desafio, humor e estratégia – e o resultado é viciante.
Cada partida se desenrola em um mapa com caminhos ramificados, recheado de eventos aleatórios. Em um ponto você pode encontrar uma loja para comprar frascos, em outro pode ganhar itens de graça, conversar com NPCs que expandem a história ou cair direto em batalhas contra inimigos. 
O início é modesto, com apenas um homúnculo ao seu lado, mas logo é possível expandir o time até três criaturas, salvando diferentes composições para enfrentar situações inesperadas. Essa flexibilidade é o coração de FLASK, e foi o que mais me prendeu na demonstração: a sensação constante de improviso e adaptação.
As lutas, por sua vez, são automáticas. O jogador prepara os homúnculos com frascos antes do combate e depois observa o desenrolar. Parece simples, mas os frascos são o segredo: cada tipo de homúnculo tem habilidades exclusivas que se ativam em ordem pré-definida. Alguns frascos aumentam atributos, outros curam ou aplicam efeitos em cadeia. O grande barato é encontrar combinações poderosas, em que um efeito dispara o próximo e o time inteiro funciona como uma engrenagem precisa. É uma daquelas mecânicas fáceis de aprender, mas que escondem camadas de profundidade estratégica – um prato cheio para fãs de roguelike que amam criar sinergias.
Não espere moleza: a dificuldade é alta, e perder faz parte do processo. Mas a cada falha, dá vontade de testar novos sets de frascos e composições de time. E ainda existe um tempero extra – o modo PvP assíncrono, onde você monta seu grupo e coloca para disputar contra os times de outros jogadores. Não é uma luta em tempo real, mas uma disputa indireta que valoriza criatividade e solidez dos builds. Esse recurso promete manter o jogo vivo por muito tempo após o lançamento.
Outro destaque é a personalidade visual. Os cenários medievais têm um ar sombrio, mas com uma pitada de ironia. Os personagens parecem saídos direto das páginas de HQs, com traços exagerados e charme único. Até mesmo interações banais, como encontrar um mercador, ganham vida com o estilo desenhado à mão. É aquele tipo de identidade artística que faz o jogo se destacar na memória.
Ao sair da minha sessão, a impressão foi clara: FLASK tem potencial para se tornar um dos roguelikes mais comentados dos próximos anos. Mistura desafio de sobra, estilo artístico marcante e espaço infinito para experimentação. Se os desenvolvedores conseguirem polir o balanceamento e manter a fluidez, o lançamento em 2026 no Steam pode coroar esse projeto como uma verdadeira surpresa do gênero. Para quem gosta de experimentar builds, quebrar a cabeça em sinergias e se divertir com um humor sombrio, vale ficar de olho.