O mercado global de smartphones costuma ser previsível, mas a primeira metade de 2025 trouxe uma reviravolta inesperada: a linha Pixel, do Google, disparou em vendas e colocou a empresa entre os cinco maiores fabricantes de celulares premium do mundo. Para uma marca que durante anos lutou para se destacar, esse avanço é simbólico e mostra que o jogo no segmento de alto padrão (aparelhos a partir de US$ 600) está mudando. Enquanto o mercado geral de smartphones teve um desempenho morno, o segmento premium cresceu de forma acelerada, liderado pela força da Apple, pela consistência da Samsung e pelo avanço veloz de Xiaomi e Google.
Apple: ainda a líder absoluta
Antes de falar do crescimento do Google, é preciso destacar o domínio da Apple. 
A gigante de Cupertino manteve impressionantes 62% de participação no mercado premium entre janeiro e junho de 2025. Isso significa que quase dois em cada três smartphones caros vendidos no mundo foram iPhones. É verdade que a fatia caiu em relação aos 65% registrados no mesmo período de 2024, mas mesmo assim a Apple aumentou o volume de vendas em 3%. A família iPhone 16, embora não mencionada diretamente no relatório da Counterpoint Research, foi peça-chave para esse desempenho.
A queda leve de participação não indica fragilidade da Apple, mas sim um aumento da concorrência. Ainda assim, a demora no lançamento do tão comentado iPhone dobrável pode custar caro à empresa, especialmente em um cenário onde os foldables já estão ganhando relevância.
Samsung: firme no segundo lugar
A Samsung continua como a principal concorrente da Apple, mantendo 20% do mercado premium – o mesmo nível de 2024. A linha Galaxy S25 foi melhor recebida que os modelos S24 do ano passado, e isso ajudou a sul-coreana a reduzir um pouco a distância em relação ao topo. O espaço ainda é grande, mas o desempenho mostra consistência. Além disso, a Samsung vem colhendo frutos com sua linha de dobráveis, especialmente com o Galaxy Z Fold 7, que superou as expectativas e reforçou a imagem da empresa como referência em inovação.
Google: o grande destaque
O maior choque veio do Google. Graças ao Pixel 9, a companhia registrou crescimento impressionante de 105% nas vendas de aparelhos premium em comparação ao ano passado. O feito colocou o Google no top 5 global pela primeira vez em cinco anos. O sucesso foi resultado de campanhas de marketing mais agressivas e expansão para novos mercados, somado a recursos de software baseados em inteligência artificial que tornaram o Pixel 9 único entre tantos Androids disponíveis.
A grande dúvida é: será que o Google consegue manter esse ritmo? Dobrar as vendas novamente parece improvável, mas o lançamento da linha Pixel 10 – incluindo Pixel 10, Pixel 10 Pro, Pixel 10 Pro XL e o dobrável Pixel 10 Pro Fold – mostra que a empresa está disposta a brigar de verdade. Com hardware mais refinado, melhor autonomia de bateria e um foldable mais competitivo, o Google ganhou moral para continuar crescendo. A comunicação da marca, mais forte do que nunca, reforça que esse não foi um sucesso passageiro.
Xiaomi e Huawei: resistência no mercado
A Xiaomi também teve um primeiro semestre de respeito, com crescimento de 55% no segmento premium, impulsionado principalmente pela China, onde a marca já é muito popular. A estratégia de oferecer especificações de ponta por preços mais baixos continua funcionando bem e atraindo consumidores que não querem pagar preços de Apple ou Samsung.
Já a Huawei manteve o terceiro lugar entre as fabricantes premium, mas com um crescimento mais modesto de 24%. Embora positivo, o desempenho ficou longe de Xiaomi e Google. Ainda assim, a Huawei continua forte em seu mercado doméstico, onde sua base de clientes permanece leal e a marca ainda consegue se diferenciar tecnologicamente.
O futuro dos smartphones premium
A grande aposta para os próximos anos é o mercado de dobráveis. Esse tipo de aparelho está moldando as estratégias de praticamente todos os grandes players. A Samsung, com o Galaxy Z Fold 7, já colheu sucesso. O Google, com o Pixel 10 Pro Fold, mostra que também quer espaço nesse nicho. A Apple, por outro lado, corre risco de perder terreno se demorar demais a lançar seu iPhone Fold, apesar do domínio com os modelos tradicionais.
O que se desenha é um mercado premium mais competitivo e instigante. A Apple ainda reina, mas não com a mesma folga de antes. A Samsung está sólida, o Google provou que pode surpreender, a Xiaomi cresce rapidamente e a Huawei resiste. A disputa já não será apenas por especificações, mas pela capacidade de integrar ecossistemas, criar experiências únicas e manter os consumidores engajados em tempos de inovações incrementais.
Conclusão
O primeiro semestre de 2025 representou um divisor de águas. Apple segue dominante, mas Google e Xiaomi mostraram que a hegemonia não é intocável. Com os dobráveis ditando o ritmo e novos concorrentes mais agressivos, a segunda metade do ano promete ser ainda mais intensa e surpreendente.
4 comentários
google finalmente acertou a mão
quero ver quando sai o iphone dobrável
huawei ainda resiste
caraca o pixel arrebentou mesmo